29.12.06
Pois é, como tantos e tantos pretensos blogueiros, abandonei este espaço depois de algumas dezenas de posts. Um ano e meio depois, acho que agora consegui um jeito de manter um blog atualizado... mas não será este. Se você gostou do que viu aqui, convido-o a me visitar lá no JulioPreuss.com. See you!
8.6.05
AOL abre conteúdo para ganhar com publicidade
Notícia do Wall Street Journal repercutida pela Reuters diz que a AOL oferecerá conteúdo gratuito para aumentar receita com publicidade. Olha quanta coisa interessante podemos tirar disso:
1 - Não adianta o WSJ querer cobrar pelo acesso ao seu conteúdo, pois se a informação for realmente exclusiva alguém sempre vai "entrevistar a entrevista" e publicar o que interessa em um veículo aberto. Já cansei de ler trechos de conteúdo fechado transcritos em blogs, por exemplo.
2 - A Reuters compara a receita da AOL com publicidade, US$ 1 bilhão no ano passado, com o faturamento do Yahoo, de US$ 3,6 bilhões (quase tudo com publicidade) e do Google, de US$ 3,2 bilhões. Quem disse que o modelo de negócios baseado em publicidade era furado?
3 - Aqui no Brasil, a AOL teve que abrir seu conteúdo muito antes da decisão que acabou de tomar nos EUA, mas nem assim conseguiu viabilizar sua operação. Ainda temos o UOL e a Globo.com usando estratégias de conteúdo restrito para conquistar assinantes para os serviços de acesso, mas será que funciona? Talvez como fator de decisão entre este e aquele provedor de banda larga que temos que engolir (já que, tecnicamente, nem precisaríamos de um), mas duvido que um número significativo de pessoas continue assinando (novos assinantes, não os que estão lá por inércia) um desses provedores para acesso discado se existe uma enorme variedade de provedores gratuitos (e que até dão alguma coisa para você os usar).
1 - Não adianta o WSJ querer cobrar pelo acesso ao seu conteúdo, pois se a informação for realmente exclusiva alguém sempre vai "entrevistar a entrevista" e publicar o que interessa em um veículo aberto. Já cansei de ler trechos de conteúdo fechado transcritos em blogs, por exemplo.
2 - A Reuters compara a receita da AOL com publicidade, US$ 1 bilhão no ano passado, com o faturamento do Yahoo, de US$ 3,6 bilhões (quase tudo com publicidade) e do Google, de US$ 3,2 bilhões. Quem disse que o modelo de negócios baseado em publicidade era furado?
3 - Aqui no Brasil, a AOL teve que abrir seu conteúdo muito antes da decisão que acabou de tomar nos EUA, mas nem assim conseguiu viabilizar sua operação. Ainda temos o UOL e a Globo.com usando estratégias de conteúdo restrito para conquistar assinantes para os serviços de acesso, mas será que funciona? Talvez como fator de decisão entre este e aquele provedor de banda larga que temos que engolir (já que, tecnicamente, nem precisaríamos de um), mas duvido que um número significativo de pessoas continue assinando (novos assinantes, não os que estão lá por inércia) um desses provedores para acesso discado se existe uma enorme variedade de provedores gratuitos (e que até dão alguma coisa para você os usar).
Campanha "Eu sei escrever" decola
O site ainda nem estava pronto quando o Bruno Parodi, do iBest, decidiu citar em sua coluna no No Mínimo a idéia que tivemos no Fórum PCs para incentivar a escrita correta na internet. Resultado: o blog da campanha virou a referência para todos que leram a notícia distribuída pela Agência Estado. Vamos ver no que vai dar...
7.6.05
Google vai dominar o mundo? Já dominou
O Google é a maior empresa de mídia do mundo, superando a Time Warner (sim, a velha AOL Time Waner) em valor no mercado de ações - atualmente em torno dos US$ 80 bilhões. Para quem dizia que o conteúdo era rei, ver uma empresa que não produz absolutamente nenhum crescer a esse ponto deve ser assustador. Outra bolha? Pode até ser, mas como vi em um blog sobre o mercado imobiliário americano, uma bolha só é uma bolha se ela estoura!
6.6.05
Atraso e Folksonomy no JB
Primeiro, peço desculpas pela demora em atualizar o blog. O fim da semana foi de muito trabalho e o fim de semana, de muita distância do computador. Mas não faltam novidades para discutir aqui, amanhã espero retomar o ritmo.
Por hoje, destaco a matéria sobre folksonomies que publiquei no caderno Internet do Jornal do Brasil e aproveito para agradecer à Suzana Gutierrez pela colaboração.
Por hoje, destaco a matéria sobre folksonomies que publiquei no caderno Internet do Jornal do Brasil e aproveito para agradecer à Suzana Gutierrez pela colaboração.
1.6.05
Jornais crescem no absoluto, perdem no relativo
Notícia da BBC sobre o Congresso Mundial de Editores, da Associação Mundial de Jornais (WAN), dá conta de que a circulação dos jornais impressos cresceu 2,1% (a população mundial cresce perto de 1,7% ao ano, então isso não quer dizer grande coisa) em 2004, milagre que não acontecia há anos. Foram 395 milhões de jornais vendidos por dia, sendo quase um quarto deles na China, que lidera o ranking com 93,5 milhões de exemplares/dia, seguida pela Índia (78,8 milhões), Japão (70,4 milhões), Estados Unidos (48,3 milhões) e Alemanha (22,1 milhões).
O diretor da WAN está comemorando e credita a "renascença" ao sucesso de novos produtos, formatos e abordagens e à melhora na distribuição e no marketing. Eu, pessoalmente, duvido. Não tive acesso aos percentuais de crescimento por país nem tenho os dados do ano passado para comparar, mas aposto que o crescimento tem a ver com a recuperação da economia e com o avanço da China. Também não olho os números do IVC há tempos, mas aposto que aqui no Brasil os jornais continuam perdendo circulação.
A WAN também festejou o crescimento da audiência dos sites dos jornais, de 32% em 2004 e de 350% nos últimos cinco anos, e fez alertas sobre o crescimento dos jornais gratuitos, sites noticiosos, blogs e outras fontes alternativas de informação. Ora, se os jornais cresceram 2% e seus sites, 32%, pode-se dizer que os jornais online estão tomando espaço (em termos relativos) dos impressos, não? O que dizer então dos sites independentes dos veículos tradicionais?
Aproveito o gancho para linkar para um polêmico post de Peter Shankman, do PR. Differently. Peter previu que no segundo semestre de 2007 um primeiro grande jornal irá morrer, vítima da convergência de blogs, podcasts e afins. Segundo ele, será alguém do porte de um NYT ou WSJ, que seria substituído por uma versão exclusivamente online ou em papel digital. Vamos esperar e ver...
O diretor da WAN está comemorando e credita a "renascença" ao sucesso de novos produtos, formatos e abordagens e à melhora na distribuição e no marketing. Eu, pessoalmente, duvido. Não tive acesso aos percentuais de crescimento por país nem tenho os dados do ano passado para comparar, mas aposto que o crescimento tem a ver com a recuperação da economia e com o avanço da China. Também não olho os números do IVC há tempos, mas aposto que aqui no Brasil os jornais continuam perdendo circulação.
A WAN também festejou o crescimento da audiência dos sites dos jornais, de 32% em 2004 e de 350% nos últimos cinco anos, e fez alertas sobre o crescimento dos jornais gratuitos, sites noticiosos, blogs e outras fontes alternativas de informação. Ora, se os jornais cresceram 2% e seus sites, 32%, pode-se dizer que os jornais online estão tomando espaço (em termos relativos) dos impressos, não? O que dizer então dos sites independentes dos veículos tradicionais?
Aproveito o gancho para linkar para um polêmico post de Peter Shankman, do PR. Differently. Peter previu que no segundo semestre de 2007 um primeiro grande jornal irá morrer, vítima da convergência de blogs, podcasts e afins. Segundo ele, será alguém do porte de um NYT ou WSJ, que seria substituído por uma versão exclusivamente online ou em papel digital. Vamos esperar e ver...
Por que as empresas continuam ignorando a internet?
Parece descrição de palavras cruzadas: marca de trancas de segurança que começa com K, tem dez letras e teve sua reputação destruída depois que um blogueiro publicou um vídeo mostrando como arrombar um de seus cadeados usando um objeto do cotidiano.
Quem acompanha o mundo dos blogs responderá sem pensar duas vezes: Kryptonite, fabricante das travas para bicicletas e motos que, em setembro passado, perdeu US$ 10 milhões em dez dias, segundo matérias publicadas na Fortune e na Business Week. Tudo porque a empresa ignorou a ameaça quando o blog profissional Engadget repercutiu um post de um blog sobre ciclismo com o link para um vídeo que mostrava que uma caneta Bic era capaz de abrir as travas da marca. A história foi parar no New York Times e na CNN e acabou provocando um recall que engoliu quase metade do faturamento anual da Kryptonite.
Mas a descrição que abre este texto também pode corresponder a uma outa história que veio à tona no meio do mês passado. A bola da vez é a Kensignton, fabricante de trancas para notebooks. O vídeo mostra um dos dispositivos de segurança sendo aberto com um pedaço de rolo de papel higiênico preso com fita adesiva. Já apareceu no Gizmodo e no Boeing Boeing, dois dos maiores blogs sobre tecnologia, junto com o Engadget, e até agora a empresa não se pronunciou.
Tudo isso faz parte do fenômeno que eu analisei na minha monografia do MBA: por que as empresas clipam jornais, revistas e TV mas ignoram a internet? O caso da Kryptonite só causou o estrago que causou porque chegou à mídia tradicional (e só chegou lá porque era uma falha grave), mas e quanto ao prejuízo que informações menos bombásticas causam enquanto estão restritas aos sites e blogs, especialmente os especializados em determinado assunto, cheios de formadores de opinião? No Fórum PCs, um dos sites com os quais colaboro, já vimos pequenas lojas de informática falirem depois que clientes insatisfeitos começaram a relatar seus problemas online sem receber resposta.
A palavra-chave aqui é "resposta". A história da Kensington pode até ser mentira - eu, pelo menos, não tenho uma tranca daquelas para checar - mas ainda assim mereceria uma resposta. A empresa precisa mostrar que está ouvindo, que se preocupa. É nisto que a internet em geral, e os blogs especificamente, são diferentes das mídias tradicionais. Blogs são uma conversa, e ninguém gosta de ficar falando sozinho. Será que a Kensignton não aprendeu nada com o caso da Kryptonite?
Quem acompanha o mundo dos blogs responderá sem pensar duas vezes: Kryptonite, fabricante das travas para bicicletas e motos que, em setembro passado, perdeu US$ 10 milhões em dez dias, segundo matérias publicadas na Fortune e na Business Week. Tudo porque a empresa ignorou a ameaça quando o blog profissional Engadget repercutiu um post de um blog sobre ciclismo com o link para um vídeo que mostrava que uma caneta Bic era capaz de abrir as travas da marca. A história foi parar no New York Times e na CNN e acabou provocando um recall que engoliu quase metade do faturamento anual da Kryptonite.
Mas a descrição que abre este texto também pode corresponder a uma outa história que veio à tona no meio do mês passado. A bola da vez é a Kensignton, fabricante de trancas para notebooks. O vídeo mostra um dos dispositivos de segurança sendo aberto com um pedaço de rolo de papel higiênico preso com fita adesiva. Já apareceu no Gizmodo e no Boeing Boeing, dois dos maiores blogs sobre tecnologia, junto com o Engadget, e até agora a empresa não se pronunciou.
Tudo isso faz parte do fenômeno que eu analisei na minha monografia do MBA: por que as empresas clipam jornais, revistas e TV mas ignoram a internet? O caso da Kryptonite só causou o estrago que causou porque chegou à mídia tradicional (e só chegou lá porque era uma falha grave), mas e quanto ao prejuízo que informações menos bombásticas causam enquanto estão restritas aos sites e blogs, especialmente os especializados em determinado assunto, cheios de formadores de opinião? No Fórum PCs, um dos sites com os quais colaboro, já vimos pequenas lojas de informática falirem depois que clientes insatisfeitos começaram a relatar seus problemas online sem receber resposta.
A palavra-chave aqui é "resposta". A história da Kensington pode até ser mentira - eu, pelo menos, não tenho uma tranca daquelas para checar - mas ainda assim mereceria uma resposta. A empresa precisa mostrar que está ouvindo, que se preocupa. É nisto que a internet em geral, e os blogs especificamente, são diferentes das mídias tradicionais. Blogs são uma conversa, e ninguém gosta de ficar falando sozinho. Será que a Kensignton não aprendeu nada com o caso da Kryptonite?
Agregador de RSS em português
O simpático comentário de Georgia Lima, que não deixou um e-mail para a resposta, perguntou sobre agregadores em português. Georgia (e quem mais tiver essa mesma dúvida), eu recomendo o Bloglines mesmo, que tem uma versão traduzida.
31.5.05
Como o jornalismo brasileiro absorveu a internet
Ótimo artigo da amiga Nara Franco sobre blogs e jornalismo
30.5.05
RSS (e eu) no Estadão
Foto de Fabio Motta, da Agência Estado, tirada para ilustrar meu depoimento sobre RSS na extensa matéria sobre o assunto publicada no caderno Link do Estadão de hoje.
Update: só agora consegui o link direto para a matéria;